Não caio na Demagogia barata de fingir que o Povo é Inimputável...

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ás vezes, dá gosto ler o Jornal Metro...

É sempre bom ler uma opinião que não é a habitual patetice do "Políticamente Correcto"!

Não concordo com o Luciano Amaral que o Obama possa mudar, um Menino da Mamã, fanático, e narcisista como esse... Presidente-Herói de Telenovela Dallas,  NUNCA muda, mas de resto, concordo, e muito...

Quem não se lembra, há dois anos, da vinda do deus Rá (o sol do meio-dia), incarnado em Barack Obama. Era a salvação da Humanidade, mas também a criação de uma coligação americana para os séculos futuros, constituída por tudo o que é bom (negros, gays, hispânicos, jovens, mulheres, brancos iluminados) e que raiaria sobre o planeta. Vinte e quatro meses depois, a coligação desapareceu e venceu a direita. Na Europa, sucedem-se também vitórias da direita.
A presidência Obama parece hoje uma entidade velha e gasta e a nova energia vem do inorgânico Tea Party. Como sempre acontece com as vitórias populares da direita, o Tea Party vai sendo descrito como uma colecção de lunáticos e ignorantes.
Já Thatcher e Reagan, que mudaram para sempre a paisagem política do mundo (sem exagero: contribuíram para a queda da URSS), foram vistos assim; no seu tempo, também Cavaco foi entendido da mesma maneira (o “homem sem biografia”, Soares dixit), e também ele mudou para sempre a nossa democracia. Não é seguro que o Tea Party seja algo do género, mas tem potencial para isso. Ao contrário de uma narrativa cansativa, nós não vivemos no “neoliberalismo”. Vivemos em regimes de Estado-providência (mesmo nos EUA), que temperam a liberdade política e económica com uma forte intervenção estatal. Por todo o lado, estes regimes estão ameaçados, dada a dificuldade em financiá-los. O Tea Party quer ser uma alternativa, com soluções desestatizadas.
A esquerda, que se sente sempre humilhada quando perde eleições, já tratou de explicar que a vitória do Tea Party é a garantia da reeleição de Obama:
com tantos maluquinhos no Congresso, toda a gente vai votar nele em 2012.
É capaz de ter razão, mas por outro motivo: com um Congresso mais virado à direita, Obama também vai ser obrigado a governar mais à direita, abandonando os seus próprios projectos lunáticos. Talvez Obama se transforme agora no presidente bipartidário que prometeu ser na campanha e ainda não foi. E assim, talvez ganhe mesmo.

http://www.readmetro.com/show/en/Lisbon/20101111/16/1/

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